domingo, dezembro 18, 2005

coisas natalícias

Há coisas que não me cabem na pinha, nem que chovam sapos...
uma dessas coisas são as saudações natalícias, vulgarmente conhecidas como votos natalícios. Ora, ja por aqui começa...votos natalícios soa-me logo a eleições e que há de elegível no natal?pois, nada.
Depois vem o célebre "feliz natal", isto é claramente uma discordancia entre subjectivo e adjectivo. Eu sou feliz, o cão morreu feliz, o petiz come feliz...agora, o natal não é feliz, é uma data, uma celebração, encarnado, o que quiserem, mas não feliz...
"boas entradas", vem-me logo a imagem de um homem no médico e este a dizer-lhe "hummmm,o senhor tem aqui umas boas entradas, devia começar a tomar um estimulante capilar quanto antes"
"boas festas", mas que raio de festas?natal e ano novo são datas comemorativas não festas, TÊM de se comemorar, ainda que não nos apeteça...
"próspero ano novo", imagino sempre um batatal com terra muito fértil e uma próspera colheita...

vou limitar-me a desejar um BOM somente BOM. "ola, estas boa!eu também, olha...um bom!beijinhos"

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Em manada

Não, não vou falar sobre a manada de bois que ontem me fez um ataque de cócegas, isso seria no mínimo desinteressante....

Venho pois falar no conceito de manada aplicada à sociedade em que estou inserida.
Esta coisa de "termos" de andar todos vestidos de igual, com variantes mínimas porque senão arriscamo-nos a ouvir risinhos e bocas parvas quando andamos na rua...de "termos" de seleccionar cuidadosamente o nosso vocabulário, penteado, perfume, música, entoação de voz, cor dos atacadores e por aí fora...

Agora pergunto-me...não é na diversidade que estão as maravilhas da vida?porque tentar contrariar uma coisa tão absolutamente natural que começa com uma dança de cromossomas e sua posterior amputação e termina num ser, em cada ser?

E isto é um tema complexo.
Se por um lado temos aqueles fieis ao padrão, por outro temos aqueles cães raivosos que querem cortar com tudo que os conecte de alguma maneira com o primeiro grupo. Aqueles que têm como mote "ser diferente é que é".

Parece-me que a questão não está em ser-se igual ou diferente, mas sim naquilo mais simples que há, que é ser-se, pura e simplesmente ser-se.

O melhor exemplo que arranjo disto é o tabaco. Antes era bom fumar, era-se bem visto, imensa gente começava a fumar. Agora, os fumadores são chacinados, é horrível, o pior habito de sempre...muita gente para de fumar... então e não passa pela cabeça de ninguém que haja fumadores que fumam porque gostam de fumar e não fumadores que o são porque não gostam de fumar e ponto?

mas pronto, eu conto. Estava a jogar ping-pong sozinha e a bola voou para a rua, desci e quando estava a apanhar a bola ouvi um barulho ensurdecedor, era uma manada de bois a subir a rua. Vinham do Corte Ingles, das compras de natal, e, estavam tão contentes com os seus cascos novos e cera para os chifres que se puseram a fazer-me cócegas. Claro que acabei no hospital completamente asfixiada de tanto rir...