Sud-Express
Como post twilight da semana apresento : “os meus amigos do Sud-Express”
Estando a estudar em Espanha e, como a variedade de transportes valladolid-lisboa é pequena, sempre que vou a casa e não tenho boleia…….Sud-Express!!
Para quem desconhece, é um comboio que faz o trajecto Lisboa-Hendaye, e é no mínimo assustador! A primeira vez que lá entrei pensei que estava no Expresso do Oriente. Um corredorzinho que da para umas dezenas de vagões: sinistro. Os vagões, esses, dão para oito pessoas empacotadas e têm prateleiras de madeira podre em cima das cabeças! Imaginem, a mala dum emigrante em cima da vossa cabeça…com curvas à mistura... definitely not good…
Mas, o melhor deste comboio são sem dúvida, os PERSONAGENS que nele viajam (incluindo-me no pacote!). Como sou apologista do “se-metem-conversa contigo-não-olhes-para-o-chão-a-fingir-que-és-autista”, conheci uns seres interessantes….
“Sr. Oliverio”: numa viagem ia sozinha num vagão. Aparece à porta um senhor de aproximadamente 60anos, típico agricultor de Trás-Os-Montes, que me pergunta se não me importava que se sentasse nesse vagão porque também ia sozinho. E assim, fomos até não sei muito bem onde na conversa. “um senhor amoroso” pensei eu, a contar historias da guerra do ultramar, dos filhos, dos netos, da vida… ate que, começou a falar das suas idas às putas; começou com 12 anos e até depois de casado… Não tive reacção possível, aquele senhor amoroso!!!”mas porque é que me contas isto???”
“Sr. Cara de Sapo” Às tantas entra no vagão um senhor mais velho, gordinho, baixinho, com cara de sapo, que falava português com um acentuado sotaque francês, típico emigrante (sim, com uma grande mala). E pronto, ficam os dois a falar do 25 de Abril. Sai o Sr. Oliverio.
Lá íamos nós, Portugal dentro quando, me começa a cheirar terrivelmente a vinho… não liguei, segui com o meu livro. O cheiro foi-se tornando cada vez mais intensivo até que reparei que alguma coisa jorrava da mala de emigrante do meu companheiro de vagão. Ele, inteligentemente pôs um garrafão de vinho na mala, que se abriu. Só sei que o cheiro era tal que mesmo abrindo as janelas tive que sair porque estava a ficar tonta….
“Igi”: estava eu no corredor, expulsa do meu lugar por um garrafão de vinho, perdida de riso e a fumar um cigarro, quando, se aproxima um miúdo de mim… do nada começámos a falar, e descobri o homem da minha vida (ele não sabe que o é mas eu um dia digo-lhe, não há problema), italiano, fala português com um sotaque adorável e estranhamente continuamos a falar…
“Marino”: bêbado da estação de comboios de Valladolid. Conheci-o numa triste noite em que tinha comboio ás 3.30 da manhã e achei por bem ir para a estação às 23h. Um homem letrado, que fala alemão (segundo ele, porque mal se percebe o que diz), não se cala um segundo e queria à força encher-me de beijinhos porque dizia que tinha cara de boneca de porcelana e fazer casalinho entre mim e um português que lá estava, desses de casaco de cabedal preto e rabo de cavalo… tentador…
Aqui está uma amostra do que se pode encontrar viajando no Sud-Express, se alguma vez precisarem de emoção na vossa vida, força!
Estando a estudar em Espanha e, como a variedade de transportes valladolid-lisboa é pequena, sempre que vou a casa e não tenho boleia…….Sud-Express!!
Para quem desconhece, é um comboio que faz o trajecto Lisboa-Hendaye, e é no mínimo assustador! A primeira vez que lá entrei pensei que estava no Expresso do Oriente. Um corredorzinho que da para umas dezenas de vagões: sinistro. Os vagões, esses, dão para oito pessoas empacotadas e têm prateleiras de madeira podre em cima das cabeças! Imaginem, a mala dum emigrante em cima da vossa cabeça…com curvas à mistura... definitely not good…
Mas, o melhor deste comboio são sem dúvida, os PERSONAGENS que nele viajam (incluindo-me no pacote!). Como sou apologista do “se-metem-conversa contigo-não-olhes-para-o-chão-a-fingir-que-és-autista”, conheci uns seres interessantes….
“Sr. Oliverio”: numa viagem ia sozinha num vagão. Aparece à porta um senhor de aproximadamente 60anos, típico agricultor de Trás-Os-Montes, que me pergunta se não me importava que se sentasse nesse vagão porque também ia sozinho. E assim, fomos até não sei muito bem onde na conversa. “um senhor amoroso” pensei eu, a contar historias da guerra do ultramar, dos filhos, dos netos, da vida… ate que, começou a falar das suas idas às putas; começou com 12 anos e até depois de casado… Não tive reacção possível, aquele senhor amoroso!!!”mas porque é que me contas isto???”
“Sr. Cara de Sapo” Às tantas entra no vagão um senhor mais velho, gordinho, baixinho, com cara de sapo, que falava português com um acentuado sotaque francês, típico emigrante (sim, com uma grande mala). E pronto, ficam os dois a falar do 25 de Abril. Sai o Sr. Oliverio.
Lá íamos nós, Portugal dentro quando, me começa a cheirar terrivelmente a vinho… não liguei, segui com o meu livro. O cheiro foi-se tornando cada vez mais intensivo até que reparei que alguma coisa jorrava da mala de emigrante do meu companheiro de vagão. Ele, inteligentemente pôs um garrafão de vinho na mala, que se abriu. Só sei que o cheiro era tal que mesmo abrindo as janelas tive que sair porque estava a ficar tonta….
“Igi”: estava eu no corredor, expulsa do meu lugar por um garrafão de vinho, perdida de riso e a fumar um cigarro, quando, se aproxima um miúdo de mim… do nada começámos a falar, e descobri o homem da minha vida (ele não sabe que o é mas eu um dia digo-lhe, não há problema), italiano, fala português com um sotaque adorável e estranhamente continuamos a falar…
“Marino”: bêbado da estação de comboios de Valladolid. Conheci-o numa triste noite em que tinha comboio ás 3.30 da manhã e achei por bem ir para a estação às 23h. Um homem letrado, que fala alemão (segundo ele, porque mal se percebe o que diz), não se cala um segundo e queria à força encher-me de beijinhos porque dizia que tinha cara de boneca de porcelana e fazer casalinho entre mim e um português que lá estava, desses de casaco de cabedal preto e rabo de cavalo… tentador…
Aqui está uma amostra do que se pode encontrar viajando no Sud-Express, se alguma vez precisarem de emoção na vossa vida, força!
5 Comments:
Just one comment: next time travel on first class!
;) acho que vou mas é tirar a carta...
Madalena este é provavelmente o teu melhor post, não desfazendo o rei vai nu.
Acho que vou desistir de escrever neste blog porque ninguem pode competir com uma vida tão twilight!
Ni
muito obrigada comparça blogger. ve se nao te armas em parva e começa mas é a escrever. so a dos telemoveis mais que nos iguala, twilightering speaking... bom jantar!
Sabes bem que os italianos não falam,simplesmetne dão paleio.
Aquela forma de enrolar a lingua é uma arte,em todas as vertentes possiveis e imaginarias.
Ou seja isso de falares de italianos encantadores é deveras desagradavel.
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